“Se
nenhum de nós estiver disposto a morrer pela liberdade, todos
morreremos sob a tirania.”
Timothy
Snyder,
in Sobre
a tirania: vinte lições do século XX para o presente
Snyder
fecha seu livro afirmando que ‘tivemos nossa guarda baixadas’,
iludidos com a política
da inevitabilidade, que
era a ideia de que a história estava fadada a se mover em uma só
direção: a da Democracia Liberal. Fomos impregnados com o mito do
‘fim da história’.
Com essa espécie de letargia, reprimimos
a imaginação, e abrimos caminho para que germes de regimes que
prometemos nunca mais reviver voltassem a nos rondar. A história
deixou de ser relevante, logo, quando ela se mostra disposta a se
repetir, somos pegos desprevenidos.
Além da
política
da inevitabilidade, também
fomos atingidos pela política
da eternidade: ela
se interessa pelo passado, mas de forma egocêntrica, livre de
qualquer compromisso com a objetividade dos fatos.
O espírito de nostalgia reina nessa
política, um desejo de retorno de momentos gloriosos que jamais
aconteceram, e que, na realidade, foram desastrosos — e quase
sempre tirânicos/ditatoriais.
Para o autor, corremos o perigo de passar
da política da inevitabilidade para a política da eternidade, de
uma ingênua e imperfeita república democrática para uma confusa e
cínica oligarquia fascista.
“Uma
coisa é certa: se os jovens não começarem a fazer história, os
políticos da eternidade e da inevitabilidade a destruirão. E, para
fazer história, os jovens terão de conhecê-la um pouco. Isso não
é o fim, mas um começo.”
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