Num
ônibus que circulava pelas ruas de Montgomery, Alabama, uma
passageira negra, Rosa Parks, negou-se a ceder seu assento a um
passageiro branco.
O
motorista chamou a polícia.
Chegaram
os guardas, disseram: lei
é lei, e prenderam Rosa por perturbar a ordem pública.
Então
um pastor desconhecido, Martin Luther King, propôs, em sua igreja,
um boicote contra os ônibus. E propôs assim:
A
Covardia pergunta:
– É
seguro?
A
Conveniência pergunta:
– É
oportuno?
E a
Vaidade pergunta:
– É
popular?
Mas
a Consciência pergunta:
– É
justo?
Ele
também foi preso. O boicote durou mais de um ano e desencadeou uma
maré irrefreável, de costa a costa, contra a discriminação
racial.
Em
1968, na cidade sulina de Memphis, um tiro arrebentou o rosto do
pastor King, quando ele estava denunciando que a máquina militar
comia negros no Vietnã.
De
acordo com o FBI, ele era um sujeito perigoso.
Como
Rosa. E como muitos outros pulmões do vento.
Eduardo
Galeano,
in
Os
filhos dos dias
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