Ir
para onde? ... Não importa, para a frente é que a gente vai! ...
Mas, depois. Agora é sentar nas folhas secas, e aguentar. O começo
do acesso é bom, é gostoso: é a única coisa boa que a vida ainda
tem. Pára, para tremer. E para pensar. Também.
Estremecem, amarelas, as flores da
aroeira. Há um frêmito nos caules rosados da erva-de-sapo. A
erva-de-anum crispa as folhas, longas, como folhas de mangueira.
Trepidam, sacudindo as suas estrelinhas alaranjadas, os ramos da
vassourinha. Tirita a mamona, de folhas peludas, como o corselete de
um cassununga, brilhando em verde-azul. A pitangueira se abala, do
jarrete à grimpa. E o açoita-cavalos derruba frutinhas fendilhadas,
entrando em convulsões.
- Mas, meu Deus, como isto é bonito! Que
lugar bonito p'r'a gente deitar no chão e se acabar!…
Guimarães Rosa, in Sarapalha
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