Estou
olhando as mulheres passarem na rua em frente deste reles botequim.
O
cara me diz, meu irmão, pode descolar uma grana para um sujeito
faminto?
Foda-se,
respondo.
Eu
podia estar assaltando, mas estou pedindo — ele não sabia se
ameaçava ou suplicava.
Foda-se,
repito.
Não
consigo ver bem seus olhos ansiosos de cão vadio; é uma dessas
noites escuras, propícia para os pés-rapados foderem as rameiras no
cantão e terem um alívio agônico enquanto o dia afinal não chega
com ânsias mais horrendas.
Rubem
Fonseca, in Amálgama
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