Entre
as enormes ruínas sem pássaros, procurávamos bichinhos-de-conta,
por baixo das pedras e vasos cobertos de musgo. E era uma bênção o
frescor da lua sobre os terraços desertos. Mas a água que havia era
verde e silenciosa como a dos poços de cemitério. Em compensação,
não se ia mais à escola. E o último de nós que morreu pode ver
que chegavam grandes manadas de búfalos brancos, com argolões de
prata no focinho e atrás deles os pastores que...
Mas
quem sabe se ele já não tinha morrido e aquilo se estava passando
numa outra vida, ou numa outra história?
Mário
Quintana, in Sapato florido
Nenhum comentário:
Postar um comentário