Em algum lugar do meu Maranhão
existe
um povoado chamado Arame.
Arame
não é nada poético
posto
que rima com grilagem
latifúndio
e morte.
Mas
poesia também sangra!
Se
Arame é povoado
de
certo fica do outro lado da cerca
deve
haver ruas estreitas
casas
de barro e palha
milharal
florido
o
canto do coco no machado
em
algum babaçual
enfeitado
de mulheres valentes
prenhes
de sonhos
e
esperança remendada
com
arame farpado
velando
pindobas queimadas
no
ventre da terra.
Lília
Diniz, poetisa e atriz maranhense
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