As
ruas da Tijuca, apesar de muito poluídas, até que não são
desagradáveis para a prática do jogging, cooper, operação
pega-ladrão, etc... O que atrapalha um pouco são as granadas. Mas,
diante das declarações do Ministro da Justiça sobre a terra dos
yanomâmis, granada, convenhamos, é café pequeno. A profissão do
jovem que, na pena do Lan, se manda com a bolsa, foi reconhecida
oficialmente pela Presidência da República. Haja déficit público.
A categoria dos gatunos, descuidistas e técnicos em balão apagado
estuda projeto de formação de quadrilha paralela, com representante
no Conselho Nacional de Economia.
Orgulho-me
de conhecer um pouquinho a turma da remota batucada, os olhos verdes
da mulata, cismadores e fatais. Não me surpreendo com o fato dos
contratos de edição musical valerem por mais 60 anos após a morte
do autor. Nem mesmo o Robertão dando-pra-receber me assusta. Mas
juro que nunca
imaginei, por mais nefandos que sejam meus pensamentos, por imundas
que se revelem minhas elocubrações, repito, nunca imaginei ouvir do
Ministro da Justiça uma frase do tipo:
-
Era ilegal até ontem. Hoje, tendo saído no Diário Oficial, não é
mais.
Ou
seja: aqueles índios esquálidos, aquelas crianças perebentas
dependuradas em seios murchos, todas aquelas mortes constituem ajuste
fiscal. Uma espécie de queima de arquivo, entende?
Baiano
tem um amigo na Ilha do Governador, o Xumbrega, que saiu, às seis da
matina, pra comprar siris e caranguejos. Motivo: desejo de mulher
grávida. Desejo e pressa.
-
Eu quero comer os bichinhos no almoço, tá?
Xumbrega
resmungou um deixa comigo. E voltou às oito. No dia seguinte.
Espalhou os mal-cheirosos crustáceos na entrada da casa. Quando a
mulher apareceu pra reclamar, ele justificou:
-
Eles se soltaram e eu tive que vir tangendo. Ôôô, siri!
Proponho
que um decreto contemple Xumbrega com o Ministério da Justiça. Ele
também mente de um jeito infame, mas é muito mais engraçado.
Aldir
Blanc,
in Brasil
passado a sujo
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