Aqui
jaz um artista
mestre
em desastres
viver
com
a intensidade da arte
levou-o
ao infarte
deus
tenha pena
dos
seus disfarces
minha
memória evapore
feito
a água
de
uma lágrima
minha
lembrança se vá
sem
deixar lembrança alguma
em
seu devido lugar
se
um dia eu esquecer
que
você nunca me esquecerá
desmantelar
a
máquina do amor
peça
por peça
onde
luzia flor e flor
não
deixar nem promessa
isso
sim eu faria
se
pudesse
transformar
em pedra fria
minha
prece
amarga
mágua
o
pobre pranto tem
por
que cargas-d’água
chove
tanto
e
você não vem?
Paulo
Leminski
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