“O
meu sentido ardente de justiça social e de dever social estiveram
sempre em estranho desacordo com uma marcada carência de necessidade
direta de ligação com os homens e com as comunidades humanas. Sou
um verdadeiro solitário (Einspänner), que nunca pertenceu
inteiramente e de todo o coração ao Estado, à Pátria, ao círculo
dos amigos ou até mesmo à família mais chegada, mas antes pelo
contrário experimentou sempre, em relação a todas essas ligações,
um sentimento indomável de estranheza e de ânsia de isolamento, um
sentimento que com a idade mais se intensifica. Apercebemo-nos
nitidamente, mas sem o lamentarmos, que nos é limitada a convivência
em sociedade com outros seres humanos. Um homem desta natureza perde,
de certo modo, uma parte da sua maneira de ser inocente e
despreocupada mas ganha em se sentir largamente independente das
opiniões, dos hábitos e juízos dos homens, e não cai na tentação
de estabelecer o seu equilíbrio numa base tão pouco sólida.”
Albert
Einstein, in
Como vejo o mundo
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