O
rebanho trafega com tranquilidade o caminho:
é
sempre uma surpresa ao rebanho que ele chegue
ao
campo ou ao matadouro.
Nenhuma
raiva
nenhuma
esperança o rebanho leva,
pouco
importa que a flor sucumba aos cascos
ou
ainda que sobreviva.
Nenhuma
pergunta o rebanho não diz:
até
na sede ele é tranquilo
até
na guerra ele é mudo –
o
rebanho não pronuncia,
usa
a luz mas nunca explica a sua falta
usa
o alimento sem nunca se perguntar.
Sobre
o rebanho o sexo
que
ele nunca explicava
e
as fêmeas cobertas
recebem
a fecundidade sem admiração.
A
morte ele desconhece e a sua vida,
no
rebanho não há companheiros
há
cada corpo em si sem lucidez alguma.
O
rebanho não vê a cara dos homens
aceita
o caminho e vai escorrendo
num
andar pesado sobre os campos.
José
Carlos Capinan
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