Os
compradores das ceramistas de Ocumicho querem que elas assinem seus
trabalhos. Elas usam sinete para gravar o nome ao pé de seus
diabinhos. Mas muitas vezes esquecem de assinar, ou aplicam o sinete
da vizinha se não encontram o seu, de maneira que Maria acaba sendo
autora de uma obra de Nicolasa, ou vice-versa.
Elas
não entendem este assunto de glória solitária. Dentro de sua
comunidade de índios tarascos, uma é todas. Fora da comunidade, uma
é nenhuma, como acontece ao dente que se solta da boca.
Eduardo
Galeano, in Mulheres
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