“Não
é que eu não goste mais de você, eu gosto de você, é só uma
questão de lógica.
Se
um dia isso tudo vai acabar, não é melhor acabar logo agora?
Já
que vai terminar dando errado mesmo, pra que esperar?
É
claro que um dia vai dar errado.
A
maior parte dos casais dá errado um dia.
Por
que haveria de dar certo justo com a gente?
Melhor
ficar por aqui enquanto não deu errado ainda.
Pelo
menos agora a gente ainda tem chance de ser feliz por aí.
A
gente é feliz, eu sei.
Então,
pra que estragar?
É
claro que o amor vai se gastar.
É
lógico que um dia isso tudo vai passar.
É
óbvio que a gente não vai ser feliz assim a vida inteira.
Não
vai ser muito mais triste depois, quando a tristeza pegar a gente
desprevenido?
Um
dia eu vou me sentir infeliz com você, você vai pensar em outra
pessoa, eu vou pensar que me sinto infeliz com você porque você
pensa em outra pessoa, você vai pensar que pensa em outra pessoa
porque eu me sinto infeliz com você, ou vice-versa.
Aí
a gente vai brigar, vai se acusar, vai se culpar, vai ver que é
melhor acabar, mas já vai estar muito mais acostumado um com o outro
e vai ser ainda mais difícil.
Então
a gente vai tentar mais uma vez.
A
gente vai tentar mais uma vez não sei quantas vezes.
Vai
ter hora que sou eu que vou pedir, vamos tentar?
Vai
ter hora que quem vai pedir é você.
A
gente vai alternar os papéis de vez em quando, um indiferente e um
apaixonado, uma vítima e um culpado, um coitado e um tirano, a gente
vai terminar se odiando.
Vamos
deixar assim como está, eu gostando de você e você gostando de
mim?
É
difícil, eu sei.
Mas
difícil mesmo vai ser um dia a gente se olhar e pensar, passou.
Vai
ser muito mais difícil ver o amor diminuindo, diminuindo, acabando,
ver o tempo que era bom ficando cada vez mais distante, a gente se
lembrando de agora e pensando, tá vendo?, era melhor ter acabado
antes.
Eu
sei que é difícil.
Mas
eu acho melhor a gente acabar aqui, Fulano.”
E
só quando Fulano desistiu de argumentar e foi saindo, triste, muito
triste, ela gritou, “primeiro de abril!”.
Primeiro
ele riu. Então parou. E, antes de voltar, raciocinou um pouquinho.
Era
uma questão de lógica. Se um dia aquilo tudo ia acabar, não era
melhor acabar logo ali? Já que ia dar errado mesmo, pra que esperar?
Pensou que ia ser muito triste olhar pra ela um dia e pensar, passou.
Pensou, ainda, que a tristeza tem essa mania de pegar a gente
desprevenido. Mas a tristeza já estava tão longe dali, naquela
hora, que nem metia mais tanto medo.
Então
ele pensou, azar.
Aí,
voltou.
E
os dois morreram de rir.
E
se beijaram.
E
morreram de rir.
E
se beijaram.
Vai
ver eles pegaram a tristeza desprevenida naquele primeiro de abril,
não sei, não posso afirmar, mas eu acho que ela foi embora de
susto.
Só
sei dizer que não voltou nunca mais e eles foram felizes para
sempre, quem diria?
Adriana
Falcão, in O
doido da garrafa
Elilson,
ResponderExcluirHá pouco mais de um mês o Google removeu a conta do Bar de Ferreirinha, que abrigava o nosso blogue, sem nos dar chance de questionar os motivos da remoção.
Apesar dos inúmeros apelos, não conseguimos reaver o velho endereço de volta.
A solução encontrada foi criar um novo endereço do blogue.
E criamos: o Bar de Ferreirinha agora pode ser acessado pelo link www.novobardeferreirinha.blogspot.com.br
O que está cadastrado lá leva a uma mensagem do Google, com o seguinte teor: 'Desculpe, o blog em bardeferreirinha.blogspot.com foi removido. Esse endereço não está disponível para novos blogs'.
Assim que puder, atualize o nosso endereço na sua lista de blogues!
Antecipadamente agradecemos:
Roberto e Pituleira
Editores (ir)responsáveis
Um abraço,
Novo Bar de Ferreirinha
bardeferreirinha@bol.com.br
Olá, amigos Roberto e Pituleira, vou atualizar o novo endereço, com prazer. E vida longa (mesmo com esses entreveros) ao Blog Bar do Ferreirinha!
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