segunda-feira, 1 de maio de 2017

Poema ao Primeiro de Maio

1° de Maio,
do sol vê-se o raio
arauto da vida,
bandeira estendida,
com a negra divisa
que o povo organiza.
Um mundo de amor
que extingue o opressor,
termina com a guerra,
socorre a terra
da morte eminente
sob a forma doente
do mal capital,
que recebe o aval
dos vampiros sedentos
pelos jovens rebentos,
sacrificados no rito,
trabalhando ao apito
que aciona à alvorada,
e ao fim da jornada,
quando o sol já se pôs.
E a um barraco depois
seguem rumo inseguro,
um caminho escuro
onde esperam soldados
por patrões ordenados.
Mas alguns não arreiam,
e indignados semeiam
nos tijolos pioneiros,
de corpos guerreiros,
a justiça que escavam,
e os braços trabalham
no levante da massa
em defesa da causa.
Frutificai do martírio
nos campos ó Lírio,
pois em vão não partiram
e com gloria caíram
em Chicago a tiros,
misturados aos gritos.
Foram com dignidade
com firmeza e coragem,
pois naqueles valentes
os cães obedientes
dispararam com fúria.
Mas para além da penúria
seus irmãos solidários,
não mais solitários,
organizavam mais firmes
suas marchas sublimes,
da redenção o ensaio:
O 1° de Maio.
Jaguarape

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