quarta-feira, 12 de abril de 2017

E sonhou a mulher que se cumprira

E sonhou a mulher que se cumprira.
E sonhou que no ventre da guitarra
Silente uma semente se partira
Em pranto, riso e música, fanfarra
De dor e glória por delfim nascido.
E sonhou a mulher que, enfim florido
Seu trato de terreno roxo, aberto,
Dormia sem sonhar sobre o deserto
Passado que em futuro então se abria
Frutificando em palmas de alegria.
Na lira umbilical Orfeu tocava
Acalanto ilusório à que dormia
E entre árvores de sonho balançava
A rede filial inda vazia.
Mário Faustino

Nenhum comentário:

Postar um comentário