domingo, 12 de março de 2017

O mago e os apedeutas

Não! com certeza deve haver um truque!”
E ei-los que invadem, num charivari,
o meu Castelo
(que se fez por si)
só para ver se não será de estuque...
e
um esfrega daqui, sopra outro dali —
o “material” é todo devassado:
o olho — por trás do pince-nez rachado —
rebrilha, frio como um bisturi.
Para livrar-me deles, nem morrendo!
Serão só uns ingênuos, os sujeitos?
Não sei...
Mas em silêncio vou descendo
ao mais profundo dos porões do Sonho
E entre as retortas mágicas me encanto
a cultivar, sutil, os meus Defeitos.
Mário Quintana

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