domingo, 19 de março de 2017

Cambada de folgados!

Agora, com as cervejas pretas foi sopa. Os sacos de cebolas, que fui buscar à subsistência, eram ralos e muito fáceis de costurar-se. Uma canja. Fiz o contrário em dois deles, escondi doze garrafas. Pequeninas, sumidas entre cebolas, quem poderia dar pela coisa? Espumavam pretas, gostosas. Ia bebericando uma hoje, outra amanhã. E dando sumiço nas vazias.
Você não é praça? Se vira.
Eu me defendia.
Memória triste — um dia me pilharam jogando vinte e um no picadeiro, onde se guardavam caminhões e outras viaturas. Três homens do rancho e eu no quente do jogo. Cafua. Perfeitamente naquele dia houve uma inflamação num dente do comandante…
Cambada de folgados!
Cadeia. Não perdoou ninguém.
João Antônio, in Afinação e a arte de chutar tampinhas

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