quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Conto amarelo

Redesarrumando velhas prateleiras, notei que as traças preferiam os meus livros em francês. Estariam elas em um nível de cultura superior ao dos leitores de hoje? Desdenhariam as traduções de suspeitos best-sellers ianques, deixariam de lado a propagandística literatura mafiosa? Que lição! Mas eis que, em plena atmosfera poesca, descubro a tempo que o segredo estava nas edições propriamente ditas, aquelas antigas edições amarelas da Garnier e do Mercure, impressas num papel mais poroso e digestivo... Minha filha, que desilusão para os amantes do fantástico!
Mário Quintana, in A vaca e o hipogrifo

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