Carrego
meus primórdios num andor.
Minha
voz tem um vício de fontes.
Eu
queria avançar para o começo.
Chegar
ao criançamento das palavras.
Lá
onde elas ainda urinam na perna.
Antes
mesmo que sejam modeladas pelas mãos.
Quando
a criança garatuja o verbo para falar o que não tem.
Pegar
no estame do som.
Ser
a voz de um lagarto escurecido.
Abrir
um descortínio para o arcano.
Manoel
de Barros
...
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