Na
porta principal da catedral de Puno, Simón de Astro entalhará na
pedra duas sereias.
Embora
as sereias simbolizem o pecado, o artista não esculpirá monstros. O
artista criará duas formosas moças índias que alegremente tocarão
o charango, e amarão sem sombra de culpa. Elas serão as sereias
andinas, Quesintuu e Umantuu, que em tempos antigos brotaram das
águas do lago Titicaca para fazer amor com o deus Tunupa, deus
aimará do fogo e do raio, que ao passar deixou uma fieira de
vulcões.
Eduardo
Galeano, in Mulheres
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