Meu
propósito era falar sobre o credo do poeta, mas, olhando para mim,
descobri que tenho apenas um tipo claudicante de credo. Esse credo
talvez possa ser útil para mim, mas dificilmente é para os outros.
Aliás,
acho que todas as teorias poéticas são meras ferramentas para
escrever um poema. Suponho que haja tantos credos, tantas religiões,
quantos são os poetas. Embora no final eu diga sobre os meus gostos
e desgostos no tocante à escrita da poesia, acho que vou começar
com algumas memórias pessoais, não só de escritor, mas também de
leitor.
Tenho
para mim que sou essencialmente um leitor. Como sabem, eu me
aventurei na escrita; mas acho que o que li é muito mais importante
que o que escrevi. Pois a pessoa lê o que gosta – porém não
escreve o que gostaria de escrever, e sim o que é capaz de escrever.
Jorge
Luis Borges
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