Ó
solidão do boi no campo,
ó
solidão do homem na rua!
Entre
carros, trens, telefones,
entre
gritos, o ermo profundo.
Ó
solidão do boi no campo,
ó
milhões sofrendo sem praga!
Se
há noite ou sol, é indiferente,
a
escuridão rompe com o dia.
Ó
solidão do boi no campo,
homens
torcendo-se calados!
A
cidade é inexplicável
e
as casas não têm sentido algum.
Ó
solidão do boi no campo!
O
navio-fantasma passa
em
silêncio na rua cheia.
Se
uma tempestade de amor caísse!
As
mãos unidas, a vida salva...
Mas
o tempo é firme. O boi é só.
No
campo imenso a torre de petróleo.
Carlos
Drummond de Andrade
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