(...)
sob certo aspecto, é mais fácil aos indivíduos levianos, e requer
menor responsabilidade, descrever com palavras as coisas inexistentes
do que as existentes, mas com o historiador respeitoso e
consciencioso dá-se justamente o contrário: não há nada que fuja
tanto à descrição por meio de palavras e que seja mais necessário
apresentar aos homens do que certas coisas que não têm aparência
real e cuja existência não se pode comprovar, mas que, justamente
pelo fato de indivíduos respeitosos e conscienciosos as tratarem
como coisas existentes, são levadas a dar mais um passo em direção
do ser e da possibilidade de nascer.
Hermann
Hesse, in O jogo das contas de vidro
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