Há três modos tão evidentes de amar: o
primeiro, quando se é muito moço, e tenta-se abstrair desse
primeiro amor a participação do mundo. O segundo, um amor já
afeito às responsabilidades da condição social, da posição por
assim dizer – e tenta-se o amor, tentando incorporar a ele o mundo.
O terceiro, o mais grave de todos, é só o mundo que tentamos,
desencarnando-o desses primeiros amores que são pessoais e egoístas.
Inútil dar a esta última forma outro nome que amor – é o mais
alto deles, o mais difícil, aquele pelo qual reconhecemos a presença
rara do homem de alta envergadura.
Lúcio
Cardoso, in Diários
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