“Todo
o grande homem é, necessariamente, cético, ainda que possa não o
mostrar: pelo menos se a grandeza dele consistir em querer uma coisa
grande e grandes meios para realizá-la. A liberdade em relação a
todas as convicções faz parte da sua vontade: o que está em
conformidade com o despotismo
esclarecido
que todas as grandes paixões exercem. Uma paixão dessa espécie põe
o intelecto ao seu serviço e tem a coragem de fazer uso até de
certos meios proibidos - dos quais se serve, mas aos quais não se
submete.
A
necessidade de crer, a necessidade de um sim
e
de um não
absolutos
é sinal de fraqueza, e toda a fraqueza é uma fraqueza da vontade. O
homem de fé, o crente é, necessariamente, de uma espécie inferior;
disso resulta a liberdade de espírito, ou seja, a descrença
instintiva: uma condição de grandeza.”
Friedrich
Nietzsche,
in
A Vontade de Poder
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