sábado, 12 de setembro de 2015

Poesia para quê?



Eu acho que a poesia é um inutensílio. A única razão de ser da poesia é que ela faz parte daquelas coisas inúteis da vida que não precisam de justificativa porque elas são a própria razão de ser da vida. Querer que a poesia tenha um porquê, querer que a poesia esteja a serviço de alguma coisa é a mesma coisa que querer que um gol do Zico tenha uma razão de ser além da alegria da multidão. É a mesma coisa que querer, por exemplo, que o orgasmo tenha um porquê. É a mesma coisa que querer que a alegria da amizade e do afeto tenha um porquê. Eu acho que a poesia faz parte daquelas coisas que não precisam ter um porquê. Para que porquê?”
Paulo Leminski

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