Passei
a duvidar da escola. Parecia-me um lugar só para dar autorizações.
Se a escola não autorizasse, eu não poderia saber. O medo desse
lugar passou a reinar em minha cabeça. Comecei a dar razão ao meu
irmão, já capaz de dirigir o caminhão assentado em um travesseiro
de paina. Mas logo me veio uma ideia: quando entrar na escola, eu
faço de conta que esqueci de tudo e começo a aprender de novo. “Uma
mentirinha é um santo remédio para botar um ponto final em conversa
fiada”, me ensinou meu avô, coisa que comecei a praticar para
encurtar perguntas e me livrar de incômodos. Havia pessoas que
gostavam de indagar muito mais do que deviam.
Bartolomeu
Campos de Queirós, in Foram muitos, os professores
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