Grande Deusa escura de Poe e de Novalis,
de Fernando Pessoa e de Keats – noite, “deusa antiga”, que
presença portentosa a tua, contínua e transcendente.
Dos lados onde o mar respira, como uma
bandeira que fosse desfraldada, a luz vem chegando – vem chegando –
e desvenda aos poucos a cidade onde suamos e sofremos, e inaugura,
pata todos, o dia comum e sem relevo.
Lúcio
Cardoso, in Diários
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