“A
cultura patrimonial e a linguagem de divulgação são os álibis da
nossa hegemonia, considerando que o dinossauro morreu porque era um
dinossauro e as formigas nos sobreviverão, mas escravas de uma
lógica cavernícola que as impedirá de lutar contra os ácaros e
contra as mulheres. Vão ganhar os ácaros. Sinto muito pela formiga
e pelas mulheres, mas as duas alternativas avançam prepotentes numa
ausência de vontade de poder, as formigas, ou numa denúncia da
masculina vontade de poder, as mulheres. Sarcástica mentira,
principalmente para o velho catedrático que testemunhou cinquenta
anos de ascensão de suas colegas femininas, com uma capacidade de
dentadas e rasteiras perfeitamente masculina, quando não usaram os
peitos ou as bocetas, de que também carecem quase todos os homens.
Sinto muito, sou misógino. Mas as mulheres não vão conseguir
derrotar os ácaros. Os ácaros suportam até a bomba de nêutrons e
não precisam se fantasiar de outra coisa para permanecer no ar ou
nos nossos pulmões. Estão em toda parte. São Deus. Repetem o poder
do invisível para criar ou desfazer o visível.”
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