“Dói.
Dói muito. Dói pelo corpo inteiro. Principia nas unhas, passa pelos
cabelos, contagia os ossos, penaliza a memória e se estende pela
altura da pele. Nada fica sem dor. Também os olhos, que só
armazenam as imagens do que já fora, doem. A dor vem de afastadas
distâncias, sepultados tempos, inconvenientes lugares, inseguros
futuros. Não se chora pelo amanhã. Só se salga a carne morta.”
Bartolomeu
Campos de Queirós, in Vermelho amargo
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