O barco era pequeno e pintado de branco.
Chamava-se “Meia noite” e trazia uma lanterna pendurada à proa.
Nas noites de verão, lá estava ela, brilhando em plena lagoa
Rodrigo de Freitas, com o obstinado pescador sondando o fundo das
águas. A luz piscava sem descanso, mas ao que eu soubesse, ele nunca
conseguiu trazer dessas rondas noturnas nenhum peixe – só essa
funda sensação de poesia a quem via o barquinho oscilar na
escuridão da noite.
Lúcio
Cardoso, in Diários
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