terça-feira, 7 de abril de 2015

Procura dialética


Era insensato querer explicar alguma coisa à Maga. Fauconnier tinha razão: para pessoas como ela, o mistério começava exatamente com a explicação. A Maga ouvia falar de imanência e transcendência, abrindo uns olhos preciosos que interrompiam a metafísica de Gregorovius. No final, chegava sempre a convencer-se de que havia compreendido o Zen e suspirava cansada. Só Oliveira é que se dava conta de que ela estava constantemente se aproximando destes grandes terraços fora do tempo, que todos eles procuravam dialeticamente.”
Julio Cortázar, in O jogo da amarelinha

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