sexta-feira, 24 de abril de 2015

O diabo

 “Uma das piores formas de intelectualismo: falar com certa constância e certo brilho sobre coisas a que não se dá nenhum crédito… Por exemplo, o diabo. Não há dúvida que para muitos escritores é ele apenas um tema rico, desses que enchem o vazio de uma crônica ociosa ou faz resplandecer as páginas de um livro morto. Tem-se a impressão de que se trata de um belo motivo para composição, mais ou menos idênticos aos que nos são apresentados na escola pública. Mas através dessas linhas tortas, o diabo irrompe nítido, sublinhando o inútil de todas as vaidades e o artifício dessas caricaturas sem fé.”
Lúcio Cardoso, in Diários

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