“Desde
que me mudei para Nova Iorque entendi o que a palavra gueixa
realmente significa para a maioria dos ocidentais. De tempos em
tempos, em festas elegantes, fui apresentada a uma jovem ou outra
usando um vestido magnífico e joias. Quando ela fica sabendo que um
dia eu fui gueixa em Kioto, dá uma espécie de sorriso, embora os
cantos de sua boca não se ergam como deveriam. Ela não sabe o que
dizer. Então o ônus da conversa recai sobre o homem ou a mulher que
me apresentou a ela – porque nunca aprendi muito inglês, mesmo
depois de todos estes anos. Naturalmente, a essa altura não faria
muito sentido nem tentar, porque a mulher estará pensando: 'Meu
Deus... estou falando com uma prostituta...'
Logo depois ela é salva pelo seu acompanhante, um homem rico trinta
ou quarenta anos mais velho que ela. Bem, muitas vezes imagino por
que ela não percebe quanto realmente temos em comum. Ela é uma
mulher sustentada, você entende, e antigamente eu também fui.”
Arthur
Golden,
in Memórias
de uma gueixa
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