“Há,
na verdade, esforços e convicções que nunca compreendi. Eu olhava
sempre com um ar de espanto e com um pouco de suspeita aquelas
estranhas criaturas que morriam por dinheiro e se desesperavam com a
perda de uma “situação” ou se sacrificavam com grande
ostentação pela prosperidade da família. Eu compreendia melhor
aquele amigo que havia decidido nunca mais fumar e que, pela força
de vontade, fora bem-sucedido. Certa manhã, abriu o jornal, leu que
a primeira bomba H havia explodido, informou-se sobre seus admiráveis
efeitos e entrou sem demora numa tabacaria.”
Albert
Camus,
in A queda
Nenhum comentário:
Postar um comentário