quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

A Fita Branca e as raízes do nazismo

A Fita Branca é uma obra-prima do diretor Michael Haneke. Perturbador, reflexivo e tecnicamente impecável, o filme traz à tona uma discussão antiga, as raízes do nazismo.

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A Fita Branca é um filme de 2009, ganhador da Palma de Ouro em Cannes, dirigido e escrito pelo aclamado diretor Michael Haneke. Numa pequena vila alemã, às vésperas da Primeira Guerra Mundial, diversos acontecimentos brutais se desenrolam. O primeiro é o impacto do médico do vilarejo. Voltando para casa, ele é derrubado de seu cavalo ao passar pela entrada de sua propriedade, onde alguém havia esticado um arame. Tempos após o incidente, temos a morte aparentemente acidental de uma lavradora a serviço do Barão, proprietário rural de quem todos dependem para trabalhar. Logo após, o filho da lavradora reage destruindo uma plantação de repolhos do Barão, pois acredita que ele seja culpado da morte da mãe. Tempos depois, o filho do Barão e o filho da parteira, que sofre de Síndrome de Down, são vítimas de violência.
Esses acontecimentos chocam a pequena comunidade, arraigada aos seus princípios morais e religiosos, regidos por um Pastor Protestante que disciplina e orienta com toda a severidade, especialmente seus filhos, que são obrigados a usar uma fita branca que os lembre de sua condição de pecadores. A fita é um sinal de vergonha por não ter seguido todas as regras de sua sociedade. Uma educação severa e cruel, que não permite a opinião das crianças sobre nada. Também percebemos que o machismo exerce um papel de destaque sobre as famílias da vila.
Podemos perceber ao longo do filme que não há no vilarejo uma aparente justiça organizada. Ao que parece, o próprio Barão é quem comanda a região econômica e politicamente, mesmo a polícia parece manter certa distância. As relações de trabalho nas terras do Barão também permanecem medievais. Dentro desse cenário, o único que parece destoar do comportamento geral é o professor, que veio de uma vila perto dali. Ele é também o narrador da história, que, logo nos primeiros segundos do filme, durante a narração, mostra a sua opinião, afirmando que os fatos ocorridos no local, embora não fossem esclarecidos, teriam grande importância sobre o que viria a acontecer anos depois, quando inicia o nazismo.

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