“Gosto dos rios. E gosto mais quando eles
estão nas margens dos meninos, dos pássaros, das árvores, das pedras, das
lesmas, dos ventos, do sol, dos sapos, das latas e de todas as coisas sem
tarefas urgentes. Os rios são uma das fontes da minha poesia porque as
garças pousam neles com os olhos cheios de sol e de neblina. Porque as rãs
paridas nas suas margens gorjeiam como os pássaros. Porque as libélulas, também
chamadas de lava-bundas, farreiam na flor de suas águas. E porque o menino, em
cujas margens o rio corre, guarda no olho as coisas que viu passar.”
Manoel
de Barros
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