Por meio de suas obras, os artistas estão sempre dialogando com outros
de sua época ou de épocas passadas, recuperando certos traços de estilo ou de
visão de mundo, para revalorizá-los, criticá-los ou satirizá-los.
Esse processo ocorre também na arte literária, quando um texto dialoga
com outros, citando-os ou fazendo referências a eles. A essa relações entre os
textos dá-se o nome de intertextualidade.
Observe um exemplo de um exemplo comparando os textos abaixo:
Mulher, Irmã, escuta-me: não ames,
Quando a teus pés um homem terno e curvo
jurar amor; chorar pranto de sangue,
Não creias, não, mulher: ele te engana!
as lágrimas são gotas de mentira
E o juramento manto da perfídia.
Quando a teus pés um homem terno e curvo
jurar amor; chorar pranto de sangue,
Não creias, não, mulher: ele te engana!
as lágrimas são gotas de mentira
E o juramento manto da perfídia.
Joaquim Manoel de Macedo (1820-1882)
Teresa, se algum sujeito bancar o
sentimental em cima de você
E te jurar uma paixão do tamanho de um bonde
Se ele chorar
Se ele ajoelhar
Se ele se rasgar todo
Não acredite não Teresa
É lágrima de cinema
É tapeação
Mentira
CAI FORA.
Manuel Bandeira (1886-1968)
Douglas Tufano, in Literatura brasileira e portuguesa
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