sexta-feira, 16 de maio de 2014

"Esse mundo é pequeno demais para nós dois": conheça os duelos mais famosos da história - parte 1

Duelo1

Se você já assistiu a filmes de faroeste, como os de John Wayne e Sergio Leone, conhece bem os duelos: desentendimentos nos saloons, cada cowboy conta vinte passos e dispara. Bem, para começar o Velho Oeste real não era tão hollywoodiano assim, mas esses filmes mostraram ao mundo uma dramática e “ritualizada” maneira de resolver certas diferenças. Mas isso vem de muito antes.
Duelos pela “reparação da honra” foram, ao longo da história, parte da vida – e razão da morte – de muita gente. Quem era desafiado poderia até recusar, claro, mas ficaria marcado como covarde para sempre.
O desafio era lançado; as armas escolhidas; quase sempre ao amanhecer; a presença de “padrinhos” (encarregados de levar as armas e tentar a reconciliação); às vezes, até médicos de prontidão. Aí, sim, o pau podia comer entre os dois. Matar não era, necessariamente, o objetivo final: antes de mais nada, o duelo era para recuperar a honra, sem mortes. Mas, claro, “acidentes” aconteciam.

Duelo2

Confira alguns dos duelos que entraram para a história.

1552. Isabella de Carazi versus Diambra de Petinella
Em Nápoles, Itália, duas jovens da nobreza, Isabella de Carazi e Diambra de Petinella, se apaixonaram pelo mesmo homem, um tal de Fabio de Zeresola. Nenhuma das duas queria abrir mão do rapaz e decidiram resolver o triângulo amoroso em um duelo de espadas. O trágico evento contou até com a presença do vice-rei espanhol, Marqués del Vasto, e só terminou com a morte de Isabella.

1598. Ben Johnson versus Gabriel Spenser
Por motivos que não chegaram até nós, o dramaturgo inglês Bem Johnson, autor da comédia “Volpone” e grande rival de Shakespeare, duelou contra o ator Gabriel Spencer. Resultado: a morte de Spencer e a prisão de Johnson, que só conseguiu se safar ao se converter ao catolicismo – e doar todas as suas propriedades para a Igreja.

1804. Aaron Burr versus Alexander Hamilton
Esse duelo entrou para os anais da política. O vice-presidente dos Estados Unidos Aaron Burr acusou o ex-secretário do Tesouro Alexander Hamilton de insultá-lo em um artigo. Hamilton alegou não se lembrar do incidente, recusou-se a pedir desculpas e foi desafiado para um duelo. No dia e hora marcados, Hamilton foi até o local resolver pacificamente a questão. Porém, foi recebido com um tiro no estômago e morreu na tarde seguinte.

1806. Charles Dickinson versus Andrew Jackson
Charles Dickinson – não é o escritor homônimo – era um homem violento e que gostava de resolver as coisas na bala. As estimativas de duelos que participou variam de 5 a 100. Um tal de Andrew Jackson, que viria a ser o sétimo presidente dos EUA, acusou o valentão de insultar sua esposa e o desafiou para um duelo. Resultado: a surpreendente morte de Dickinson e uma bala alojada próxima ao coração de Jackson, que nunca pode ser extraída.

1837. Aleksandr Pushkin versus Georges d’Anthès
O romancista russo Aleksandr Pushkin – autor de “Boris Godunov” e “Eugene Onegin” – estava irritado com os rumores que corriam “a boca pequena” de que sua esposa o traía com o próprio cunhado, um oficial francês chamado Georges d’Anthès. Resolveu tirar a limpo a história e desafiou o oficial. Pushkin estava confiante, afinal, era um duelista experiente. Mas o destino foi cruel: atingido na barriga por um tiro de d’Anthès, morreu dois dias depois do fatídico duelo.

1832. Évariste Galois versus Perscheux d’Herbinville
O matemático francês Évariste Galois, responsável pelas bases do que ficou conhecida como a “Teoria de Galois”, era um ávido republicano em época de monarquia, o que lhe dava inúmeras dores de cabeça – além de seguidas prisões sob acusação de “conspiração contra o rei”. Após uma delas, Galois travou um duelo com Perscheux d’Herbinville. Acabou morto. Alguns dizem que o duelo foi pela disputa do coração de uma dama. Mas, o que correu pelas ruas de Paris, é que essa história foi um pretexto para encobrir as razões políticas de sua morte.
Veja a parte 2 da matéria na revista Superinteressante aqui.

Nenhum comentário:

Postar um comentário