George Sand*
“Já
notei que a maior parte dos homens se sente açulada e indignada quando, em
pleno combate moral, recorremos à ternura e ao afeto. É vê-los feras amansadas
e apanhadas de surpresa assim que recorremos à violência ou à dureza. Raça
detestável! Tal preceito mantém-se praticamente inalterável no que respeita ao
amor.
Realidade estranha e deplorável, pois, em
muitos casos, é igualmente aplicável à amizade; realidade pavorosa,
desesperante, mas inevitável, necessária à subsistência das nossas sociedades,
dos governos mais democráticos aos mais despóticos. Quando não é refreado nem
reprimido, o homem aproveita imediatamente para cometer abusos. Despreza quem o
receia e maltrata quem o ama; receia quem o despreza e ama quem o maltrata.”
George
Sand, in Diário Íntimo
*George
Sand é o pseudônimo de Amandine Aurore Lucile Dupin, baronesa de Dudevant,
aclamada romancista e memorialista francesa, considerada uma das precursoras do
feminismo.
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