A costureira da loja da esquina é profissional
prendada. Esmera-se em atender aos pedidos de
pronto. Claro, nos tempos dos espartilhos e dos colarinhos duros, demorava-se
mais. Hoje, entretanto, de fios tão fúteis, e com a experiência acumulada, não
se demora um minuto, mesmo considerando o tremor das mãos e a catarata nos
olhos.
A costureira da loja da esquina
especializara-se em reparar a nudez.
Da mãe aprendera a arte de
descoser fios.
Bonito é ver a clientela tornar à
rua vestida da verdade do corpo.
A costureira da loja da esquina não deveria morrer nunca.
Viegas Fernandes da Costa é historiador e escritor. Leciona no Instituto Federal de Santa
Catarina e é cronista do Jornal de Santa Catarina. Reside em Blumenau – SC.
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