Discreta e
formosíssima Maria,
Enquanto estamos
vendo a qualquer hora
Em tuas faces a
rosada Aurora,
Em teus olhos e
boca o Sol e o dia:
Enquanto com
gentil descortesia
O ar, que fresco
Adônis te namora,
Te espalha a
rica trança voadora,
Quando vem
passear-te pela fria:
Goza, goza da
flor da mocidade,
Que o tempo
trota a toda ligeireza,
E imprime em
toda a flor sua pisada.
Oh não aguardes,
que a madura idade,
Te converta em
flor, essa beleza,
Em
terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada.
Gregório de Matos
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