quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Papel de bodega

Papel de bodega do pé da balança
De cores tão cinza, tão verde e encarnado
Que fica do lado do papel de seda
Que até a manteiga embrulhava em retalhos.

Papel, eu te quero nos supermercados
Nas lojas de grife, em tudo afinal
Prefiro esse embrulho que a moda rejeita
Dizendo tratar-se de um embrulho banal.

Papel encorpado de açougues e frios
Melhores que os plásticos que vivem a voar
São plásticos da noite que sobram nas ruas
Que entopem bueiros e afogam o lugar.

Papel de bodega, tu não avalias
Tamanha alegria trarias porque
Aceito o teu jeito faceiro e fecundo
E aqui nesse mundo faz falta você.
Jessier Quirino

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