"Pois também sinto
falta dos meus amigos. Não os de infância, mas os de juventude e de profissão.
(...) Às vezes penso em procurar por eles, porém não sei bem como, e me bate
uma falta de coragem. O muro do tempo já removeu tanta coisa entre nós todos.
Não sei o que teríamos para dizer um ao outro. Ocorre que, sozinho, sim, posso
pensar neles, no detalhe das suas manias, e me concentrar no papel a ver aqui os
jeitos de cada qual, continuando assuntos que deixamos partidos pelo meio,
meses e meses atrás. Há que se resgatar daí qualquer coisa de bom, de uma
atividade que acaba sendo, por incrível que pareça, a confirmação do que eles
significam para mim e daquilo que nos liga a despeito das barreiras de ano e
distância."
José Luiz Passos, in O sonâmbulo amador
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