domingo, 12 de janeiro de 2014

Dois

dois irmãos no começo. o que sabe o
caminho e o outro: dois. e não há 
retorno. dois irmãos desde nunca. um, 
o que vê e conta. outro, o que ouve.
dois. não se separam. por onde passam,
o mundo: o coração de um pássaro,
desvios, carcaças de antílope, cidades 
riscadas do mapa, o dorso tigrino de um 
presságio, o tempo mais velho, um deus 
trocando a pele. dois irmãos ainda agora.
Ricardo Aleixo

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