“O
começo de todas as histórias é, no princípio, ridículo. Parece não haver
esperança de que esta coisa acabada de nascer, ainda incompleta e tenra em
todas as suas articulações, seja capaz de se manter viva na organização
completa do mundo, que, como todas as organizações completas, luta por se
fechar. Contudo, não podemos esquecer que a história, se tiver uma justificação
para existir, tem dentro de si a sua própria organização completa até antes de
estar completamente formada; por esta razão não há motivo para desesperar com o
princípio de uma história; num caso semelhante, os pais teriam de desesperar
com o bebê porque não tinham nenhuma intenção de trazer para o mundo este ser
ridículo e patético.
É claro que nunca sabemos se há razão ou
não para o desespero que sentimos. Mas refletindo sobre isso podemos obter um
certo apoio; sofri anteriormente da falta deste conhecimento.”
Franz
Kafka
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