quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Avalovara (excerto)


“À beira da cisterna, de joelhos no cimento limoso, tento ver meu rosto dentro da água. A água, que parece dura, petrificada pela ausência de peixes e de vozes, olha-me baça – o olho de um morto. Reflete apenas linhas imprecisas, a interrogadora mancha da cabeça contra o véu nublado. Cuspo na minha cara, no vago reflexo da minha cara e levanto-me.”
Osman Lins, in Avalovara

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