“A
literatura é um processo de libertação e, por conseguinte, aspira à liberdade.
Quer dizer que o seu ponto de partida é uma recusa aos constrangimentos. Quer
dizer, ainda, que os constrangimentos estão na sua gênese ou no desencadear da
sua explosão, como tem sido proclamado por tantos criadores.
Homem livre, pois, o escritor - ou que
visceralmente deseja sê-lo. Tão livre, ou tão necessitado de o ser, que nem
sequer pode estar de acordo com certas situações para que ardorosamente
contribuiu: seja numa sociedade burguesa, seja numa sociedade proletária, ele
sempre encontrará razões para a sua insubmissão e para o seu inconformismo,
mesmo se, muitas vezes, se trate de uma contestação inconsciente.”
Fernando
Namora, in Jornal sem Data
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