sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Papai Noel

Fonte da imagem: Google

Eu só tomei o choque às 14 horas. Ouvi, abri a boca e o meu pensamento desgarrou-se para o programa Divino Maravilhoso do natal de 68, poucos dias antes, na TV Tupi. Nunca vi cena tão violenta na minha vida. Era simplesmente Caetano, com um revólver na mão, voz sossegada e musical, calmo e doce, cantando.

“Anoiteceu/o sino gemeu
A gente ficou/feliz a rezar…”

O revólver era empunhado sem ênfase. Esquecido na mão, o cano preto voltado para a plateia, sem focalizar ninguém, apontando ponto nenhum:

“Eu pensei que todo mundo
fosse filho de Papai Noel…”
Tom Zé, in Tropicalista lenta luta

Nenhum comentário:

Postar um comentário