Campos
de Melo passou todos os anos de sua vereança sem dar uma palavra. Era o
boca-de-siri da câmara municipal de Cuité. Até que, uma tarde, ergueu o busto,
como quem ia falar. O presidente da Mesa, mais do que depressa, disse:
—
Tem a palavra o nobre vereador.
Então,
em meio do grande silêncio, o grande mudo falou.
— Peço licença para fechar a janela, pois
estou constipado.
José
Cândido de Carvalho, in Se eu morrer, telefone para o céu
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