quinta-feira, 4 de julho de 2013

Guimarães Rosa, o cônsul e as línguas

Imagem: Google

A história da aprovação de Guimarães Rosa para o Itamaraty é lendária. Classificado em segundo lugar, por conta das restrições literárias que fizera a Rui Barbosa na prova de Português, surpreendeu os examinadores Na arguição oral. “O que o senhor conhece da literatura clássica francesa?”, perguntaram-lhe. “Toda”, respondeu. “Desde quando o senhor lê francês?” Nova resposta: “Os clássicos comecei a ler aos 9 anos.”
Aos 7, Joãozito, seu apelido de infância, já havia começado o estudo de francês sozinho, quando um viajante amigo de seu pai lhe levou uma gramática e um dicionário para que pudesse decifrar as revistas francesas que chegaram às suas mãos em Codisburgo, interior de Minas, onde nasceu. Aos 9, aperfeiçoou os estudos com um padre franciscano, e iniciou-se no holandês. Começou a aprender japonês em Belo Horizonte, quando cursava o ginásio, com um funcionário nipônico da Companhia de Força e Luz que mudava a luz do poste em frente à casa em que morava com o avô. Para completar, fez aulas de esperanto. Quando entrou para o Itamaraty, as línguas que dominava passavam de 20.
Fonte: Palavras de guerra – revista Bravo n° 126

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